23/08/2024
A discalculia é um distúrbio de aprendizagem que afeta a capacidade de entender e manipular números e conceitos matemáticos. Diferente de uma simples dificuldade em matemática, a discalculia é uma condição neurológica que pode se manifestar de formas variadas, dependendo da idade e do desenvolvimento acadêmico da criança ou adolescente. Identificar precocemente os sinais desse distúrbio é crucial para proporcionar as intervenções necessárias e evitar que as dificuldades se agravem.
Crianças pequenas podem demonstrar sinais de discalculia quando apresentam dificuldades em aprender a contar, reconhecer padrões simples ou associar números a quantidades. Por exemplo, uma criança pode ter dificuldade em entender que o número "3" corresponde a três objetos. Outro indicador comum é a confusão ao contar de trás para frente ou ao comparar valores numéricos, como distinguir qual número é maior ou menor.
Conforme as crianças crescem e avançam na escolaridade, os sinais de discalculia podem se tornar mais evidentes. No ensino fundamental, por exemplo, uma criança com discalculia pode ter dificuldade em memorizar a tabuada, realizar cálculos mentais simples ou entender o significado de símbolos matemáticos. A dependência constante dos dedos para realizar operações básicas, mesmo em cálculos repetitivos, também é um sinal que deve ser observado com atenção.
A discalculia pode ser facilmente confundida com falta de esforço ou interesse pela matemática, mas é importante reconhecer que se trata de uma condição que requer diagnóstico e tratamento especializado. “É fundamental que pais e educadores estejam atentos aos sinais de discalculia, para que possam buscar a ajuda necessária o quanto antes. A identificação precoce faz toda a diferença na vida do estudante”, afirma Cleunice Fernandes, coordenadora geral do Colégio Alternativo, de Sinop (MT).
No ensino médio, os desafios se ampliam, com os estudantes enfrentando dificuldades em interpretar gráficos, calcular troco ou entender conceitos mais abstratos, como velocidade e distância. Esses obstáculos podem levar ao desinteresse pelas aulas de matemática e, em alguns casos, a problemas de autoestima, já que o aluno pode se sentir incapaz de acompanhar o ritmo dos colegas.
O diagnóstico da discalculia é um processo complexo que envolve a avaliação de psicólogos ou neuropsicólogos, que realizam uma série de testes para identificar os déficits específicos na habilidade matemática. Esses profissionais também levam em consideração o histórico escolar e os relatos dos professores e pais, para entender melhor como as dificuldades se manifestam no dia a dia da criança ou adolescente.
Uma vez diagnosticada, a discalculia pode ser tratada com intervenções educativas personalizadas. Essas intervenções incluem o uso de recursos visuais, jogos educativos e adaptações no ambiente de ensino, como a extensão do tempo para a realização de provas ou o uso de calculadoras. O objetivo é criar um ambiente de aprendizado que seja inclusivo e adaptado às necessidades específicas do estudante.
Reconhecer os sinais de discalculia e buscar o diagnóstico correto são passos fundamentais para garantir que a criança ou adolescente receba o suporte necessário. Com a intervenção adequada, é possível minimizar os impactos do distúrbio e ajudar o aluno a desenvolver suas habilidades matemáticas, contribuindo para seu sucesso acadêmico e bem-estar emocional.
Para saber mais sobre discalculia, visite https://institutoneurosaber.com.br/artigos/discalculia-quando-a-dificuldade-com-a-matematica-e-um-disturbio-de-aprendizagem/ e https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/criancas/discalculia-em-criancas-o-que-e-como-identificar-e-tratar,29b36ac951352311a7200862b613bdabnjifb1at.html#google_vignette