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criança tocando instrumento

O papel da música no desempenho escolar

10/10/2025

Ouvir música enquanto estuda, cantar, tocar instrumentos ou participar de atividades musicais pode ter um impacto direto na forma como crianças e adolescentes aprendem. A música ativa regiões cerebrais ligadas à memória, à atenção, à linguagem e às emoções, criando conexões que favorecem a concentração e o raciocínio. Pesquisas mostram que alunos que têm contato regular com música desenvolvem maior capacidade de organização mental e aprendizado mais eficiente em diversas áreas.


O efeito vai muito além da sala de aula. A música ajuda o cérebro a funcionar de maneira mais integrada, promovendo o equilíbrio emocional e fortalecendo habilidades sociais. Para muitos estudantes, ela é um meio de expressar o que sentem e de manter o foco em momentos de estudo ou preparação para provas.

A música e o funcionamento do cérebro

Quando uma criança ouve ou toca uma música, o cérebro trabalha em múltiplas áreas ao mesmo tempo. Essa atividade estimula tanto o lado esquerdo, responsável pelo raciocínio lógico e pela linguagem, quanto o lado direito, associado à criatividade e à sensibilidade. Esse equilíbrio melhora o desempenho em tarefas que exigem atenção, memória e resolução de problemas.

Estudos realizados pela Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, indicam que adolescentes envolvidos com a música apresentam respostas neurais mais rápidas e maior sensibilidade auditiva, o que os torna mais atentos aos sons da fala e melhora a compreensão de textos. Essa mesma habilidade ajuda na comunicação, na leitura e até na aprendizagem de idiomas.

De acordo com Cleunice Fernandes, coordenadora geral do Colégio Alternativo, de Sinop (MT), o contato com a música estimula a autoconfiança e o prazer de aprender: “Quando o estudante se envolve com a música, ele aprende a ouvir, interpretar e se expressar com mais clareza. Esses mesmos processos se refletem no modo como ele lida com o estudo e com os desafios escolares”.

Concentração e memória

Muitos alunos se concentram melhor quando estudam ouvindo música. Isso acontece porque sons harmônicos e ritmos estáveis ajudam a regular o estado emocional, diminuindo o estresse e favorecendo a atenção. Gêneros como música clássica, lo-fi, jazz suave ou trilhas instrumentais criam um ambiente sonoro estável, que ajuda o cérebro a manter o foco sem sobrecarga.

Pesquisas apontam que o ritmo e a melodia ajudam a estabilizar a frequência cardíaca e a respiração, o que facilita o estado de concentração profunda. Além disso, melodias suaves reduzem a produção de cortisol — o hormônio do estresse — e aumentam a dopamina, substância relacionada ao prazer e à motivação.

A música também é uma ferramenta poderosa para reforçar a memória. Transformar fórmulas, datas ou conceitos em canções curtas é uma técnica usada há décadas em processos de aprendizagem. Cantar informações em ritmo e rima ativa uma área do cérebro responsável por armazenar padrões, tornando mais fácil lembrar o conteúdo depois. “Ouvir música pode ajudar o aluno a organizar o pensamento e a relaxar antes de uma prova. O segredo é saber escolher o tipo de som que favorece a concentração, e não o contrário”, explica Cleunice Fernandes.

Música e equilíbrio emocional

A adolescência é um período marcado por intensas mudanças emocionais. Nesse contexto, a música funciona como um refúgio e uma forma de expressão. Cantar ou simplesmente ouvir canções ajuda o jovem a compreender e organizar seus sentimentos, aliviando tensões e fortalecendo o autocontrole.

Ouvir uma música que traduz um sentimento pode gerar identificação e conforto. É por isso que muitos adolescentes recorrem à música quando estão ansiosos, tristes ou inseguros. Além do efeito emocional, o ato de cantar ou tocar instrumentos estimula a liberação de serotonina e endorfina, neurotransmissores que melhoram o humor e aumentam a sensação de bem-estar.

Em estudos de psicologia educacional, o uso da música em sala de aula tem mostrado impacto positivo na convivência escolar e na colaboração entre colegas. Alunos que participam de atividades musicais em grupo, como corais ou ensaios instrumentais, aprendem a lidar com diferenças, a respeitar ritmos individuais e a trabalhar coletivamente — competências valiosas dentro e fora da escola.

Como a música influencia o aprendizado

A música fortalece o cérebro de maneira estrutural. Crianças que têm contato frequente com sons, ritmos e melodias desenvolvem melhor coordenação motora fina, percepção auditiva e capacidade de leitura rítmica. Essas habilidades favorecem tanto a escrita quanto o raciocínio matemático.

Em alunos mais velhos, o aprendizado musical melhora a capacidade de resolver problemas e de interpretar contextos complexos. Isso ocorre porque o cérebro aprende a identificar padrões — algo essencial em disciplinas como matemática, física e línguas estrangeiras. Além disso, a prática musical ensina disciplina, paciência e persistência, características que influenciam o comportamento acadêmico.

Estudos do Instituto Max Planck de Ciências Cognitivas e da Universidade de Toronto reforçam que crianças expostas à música têm desempenho superior em testes de atenção e leitura. O treinamento auditivo proporcionado pelo contato com instrumentos também aprimora a capacidade de distinguir sons e entonações — uma vantagem direta no aprendizado de idiomas.

O som certo para o momento certo

Nem toda música ajuda a estudar. O ideal é que o som combine com o objetivo da tarefa. Para leitura e escrita, músicas lentas e instrumentais são mais indicadas. Já para atividades que exigem energia e motivação, sons com batidas suaves e repetitivas podem ser úteis.

Em contrapartida, músicas com letras complexas ou ritmo intenso tendem a dividir a atenção, o que prejudica o desempenho. Nesse caso, o cérebro precisa alternar entre entender a letra e processar o conteúdo de estudo, diminuindo a eficiência.

O volume também faz diferença: sons muito altos ativam o sistema de alerta e dificultam a concentração. O ideal é manter a música em volume baixo e constante, apenas como pano de fundo, sem se tornar o foco principal da atenção.

Expressão, disciplina e criatividade

Aprender um instrumento ou participar de atividades musicais desenvolve muito mais do que a técnica. Tocar em grupo exige cooperação, escuta ativa e respeito ao tempo dos outros. Essas experiências fortalecem o senso de responsabilidade e ajudam o aluno a lidar melhor com frustrações — afinal, errar faz parte do aprendizado musical.

Além disso, a música desperta a criatividade. Compor, improvisar ou interpretar melodias estimula o pensamento divergente — a capacidade de encontrar múltiplas soluções para um mesmo problema. Essa habilidade é cada vez mais valorizada em contextos acadêmicos e profissionais, porque estimula a autonomia e o raciocínio inovador.

A música como aliada na educação e na vida

O contato com a música desde cedo amplia horizontes. Em casa, pais podem incentivar hábitos simples, como ouvir trilhas calmas durante o estudo, cantar juntos ou explorar diferentes gêneros musicais. O importante é que a música esteja presente de forma equilibrada, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo e emocional.

“É importante lembrar que a música não substitui o estudo — ela o potencializa”, destaca Cleunice Fernandes. “Quando usada de forma adequada, pode transformar a rotina escolar em uma experiência mais prazerosa, ajudando o aluno a se conhecer melhor e a descobrir maneiras mais produtivas de aprender.”

O papel da família é apoiar e observar o efeito da música em cada criança, pois o impacto pode variar conforme o temperamento e o tipo de tarefa. Alguns alunos se concentram melhor em silêncio, enquanto outros se beneficiam de sons suaves. O autoconhecimento é o ponto de partida para usar a música como ferramenta de aprendizado.

A música é uma poderosa aliada no desenvolvimento escolar. Ela melhora a atenção, fortalece a memória, reduz o estresse e contribui para o equilíbrio emocional. O contato com sons e ritmos estimula o cérebro a aprender de forma integrada, ajudando crianças e adolescentes a desenvolverem autonomia e prazer em estudar.

Para saber mais sobre música, visite https://www.sabra.org.br/site/musica-e-adolescencia/#google_vignette e https://leiaecocentral.com.br/sons-que-moldam-o-cerebro-a-conexao-entre-musica-e-aprendizado-infantil/

 


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