Image de fundo Blor Home
jovem no celular

Estratégias para superar a procrastinação

22/09/2025

Organizar as horas de estudo de modo equilibrado pode transformar o desempenho dos alunos que, sem perceber, caem no ciclo da procrastinação. Em vez de deixar tarefas para cima da hora, vale estruturar cada momento de estudo, entender as próprias dificuldades e usar estratégias mentais e práticas que promovem produtividade. Este texto é um guia voltado a pais e estudantes para aprenderem juntos a dividir bem o tempo de estudo.

Quando um estudante procrastina, ele costuma adiar tarefas mesmo sabendo das consequências negativas — ansiedade, culpa, queda no rendimento. Não é preguiça; muitas vezes, está ligado ao medo de errar, perfeccionismo ou à sensação de que não dá conta da tarefa. O córtex pré-frontal, área cerebral responsável por planejamento, atenção e controle de impulsos, pode ficar sobrecarregado, o que favorece esse adiamento contínuo. Identificar esses gatilhos é fundamental para mudar.

“Descobrir por que se adia algo é tão importante quanto traçar o plano de estudo. Ter esse entendimento é que permite ajustar prioridades de forma consciente”, explica Cleunice Fernandes, coordenadora geral do Colégio Alternativo, de Sinop (MT).  Planejar o tempo semanal antes de mais nada ajuda a evitar surpresas: reservar horas para estudo, para descanso, para outras atividades, de modo realista conforme o ritmo de cada estudante. Importante observar que blocos de estudo mais longos do que o suportável sem interrupção tendem a gerar esgotamento e favorecem distrações internas, como pensamentos que puxam para longe da tarefa, ou externas, como redes sociais e notificações. Dividir grandes tarefas em partes menores, com metas claras, torna o processo menos intimidante e mais eficiente.


A Técnica Pomodoro

Uma técnica bastante usada para manter foco é a Técnica Pomodoro: concentração de cerca de 25 minutos, seguida de 5 minutos de pausa, com pausas maiores após alguns ciclos. Essa estratégia recupera a disposição mental e evita que o cérebro fique saturado. Outro modelo que pode ser útil é a regra 52/17, com períodos um pouco mais longos de estudo e descanso proporcional, que pode se encaixar melhor para quem prefere blocos de trabalho mais estendidos. Independentemente do método, o que importa é manter constância e ajustar conforme o próprio rendimento e disponibilidade de tempo.

Revisões regulares têm papel importante: repetir o estudo de conteúdos em dias diferentes aumenta a retenção de longo prazo muito mais do que esforços concentrados apenas na véspera de prova. Isso exige dividir o estudo ao longo das semanas, e não comprimir tudo num único dia pesado. Pesquisas sobre aprendizagem mostram que aprender pouco por vez, de forma organizada, leva a melhores resultados de memória e reduz a ansiedade.


A influência do ambiente

O ambiente de estudo também influencia bastante. Local silencioso, boa iluminação, mesa organizada e poucos estímulos visuais devem ser prioridades. Distrações precisam ser minimizadas: desligar notificações, evitar redes sociais e estabelecer um momento específico para o uso do celular ajuda o cérebro a manter a atenção. Pais podem colaborar verificando as condições físicas do local ou mesmo participando da escolha do espaço em casa, garantindo que seja confortável e livre de interrupções.

Além de planejar horários e escolher um ambiente adequado, administrar bem as expectativas emocionais é essencial. É comum que estudantes deixem para depois porque esperam estar “no clima ideal”, motivados ou sem pressões externas. Mas esperar motivação frequentemente leva à inação. Ação precede motivação em muitos casos: iniciar a tarefa mesmo sem vontade e reconhecer sentimentos — “estou ansioso porque não sei por onde começar” — ajuda a dissipar bloqueios internos. Cleunice Fernandes observa que “ensinamos que o autocuidado emocional deve andar junto com o planejamento prático, porque ignorar emoções fortes que impedem o estudo é deixar que a procrastinação dite o ritmo”.


Divisão do tempo

Dividir o tempo de estudo também exige avaliar os próprios limites. Se um aluno percebe que, após uma hora de estudo, já está distraído ou cansado, talvez precise alternar tarefas mais leves depois de períodos intensos. É importante ouvir o corpo e fazer pausas curtas antes de continuar. Intercalar leituras, exercícios práticos ou revisões ajuda a manter a mente ativa, alternando tipos de atividade mental.

Pais têm papel de parceria: acompanhar o plano de estudo, sugerir metas, mostrar que pequenas vitórias importam e evitar críticas duras quando algo não sai conforme o planejado. Incentivar que o estudante reflita sobre o que funcionou ou não em cada semana fortalece a autonomia. O estudante que percebe progresso, mesmo que pequeno, tende a sentir que vale a pena seguir o plano.

Para ilustrar um modo de dividir o tempo: imagine que o estudante disponha de três horas por dia para estudo fora do horário de aula. Ele pode distribuir isso em blocos menores, dedicando parte para matéria de maior volume ou dificuldade, parte para revisão e parte para leitura ou prática. Alternar entre disciplinas mais exigentes mentalmente e outras que exigem menos raciocínio profundo ajuda a manter o ritmo. Reservar pelo menos um desses blocos para revisar conteúdos antigos evita o acúmulo de esquecimentos. No fim da semana, incluir uma sessão mais longa para consolidar conteúdos vistos durante os dias e refletir sobre o que foi aprendido ajuda a planejar a semana seguinte de forma mais eficiente.

Dividir o tempo de estudo de forma eficiente reduz o estresse, aumenta a confiança e melhora o desempenho, pois garante que o aprendizado seja distribuído ao longo dos dias e não concentrado de última hora. Estudantes que adotam essa abordagem costumam registrar notas mais consistentes, menos ansiedade em relação a provas e tarefas e maior controle sobre a rotina de aprendizado.


Um processo contínuo

Vencer a procrastinação é um processo contínuo que envolve pequenas escolhas diárias, ação mesmo diante do desconforto, planejamento que respeita limites pessoais e emocionais, ambiente favorável, ritmo ajustado e avaliações constantes. Quando pais e estudantes constroem juntos esse processo, as chances de sucesso aumentam e os resultados aparecem não apenas nas notas, mas também no bem-estar e na confiança do aluno.

Para saber mais sobre procrastinação, visite https://educador.brasilescola.uol.com.br/sugestoes-pais-professores/procrastinacaoestudo-sempre-fica-para-depois.htm https://napratica.org.br/dicas-como-parar-de-procrastinar/

 


Voltar

COMPARTILHE:

Junte-se a nós nesta jornada emocionante! Explore os artigos e acima de tudo, divirta-se enquanto descobrimos juntos o fascinante mundo Educacional.

Siga-nos

Newsletter